Esta obra intitulada “Indígenas e ditadura: crimes e corrupção no SPI e na FUNAI” tem como foco analisar a atuação do Estado em relação às populações indígenas, com ênfase nos governos militares e seus aspectos políticos, econômicos e sociais. Nesse período, a imprensa brasileira e a estrangeira divulgavam casos de crimes contra indígenas, tais como de inoculação de doenças e alimentos contaminados, de prisões, de espancamentos, de cárcere privado, de massacres e de genocídios (com uso de dinamites, metralhadoras), envolvendo funcionários e diretores do SPI que exploravam terras indígenas para venda de gado, madeira, extração de minérios e arrendamentos, em negociatas com empresas. Este estudo verificou que, a partir do Golpe de 1964, governos autoritários e repressivos implantaram uma política “desenvolvimentista” e de “expansionismo”, principalmente nas regiões do Norte e Centro-Oeste, prejudicando os indígenas e ocasionando mais invasões em suas terras por fazendeiros, madeireiros, seringalistas. Verifica-se ainda que, paralelamente, ocorreu a construção e a ampliação de rodovias, multiplicando as instalações de empresas para a exploração de recursos naturais e extrativistas. Nesse contexto, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), um órgão que seria associado a esta mesma política, surge baseada na Doutrina de Segurança Nacional. Neste sentido, com base em uma política indigenista, o governo militar estabeleceu mecanismos repressivos de controle e vigilância nos postos indígenas por meio da criação da Guarda Rural Indígena e do Reformatório Agrícola Indígena Krenak. Também, analisamos o Relatório Figueiredo, composto por Comissões de Inquérito que investigaram casos de violência e de corrupção ocorridos no SPI.
Indígenas e ditadura militar: crimes e corrupção no SPI e na FUNAI
R$76,00
Este livro apresenta os resultados de pesquisa de um historiador atento aos problemas e lacunas existentes na produção historiográfica sobre o tema dos povos indígenas na história do Brasil do século XX, um historiador capaz de mergulhar em temas urgentes para os debates contemporâneos sobre a sobrevivência dos povos indígenas em nosso país, apesar das políticas mantenedoras da ganância da elite econômica brasileira. Portanto, Rodrigo Lins Barbosa, com esse relevante trabalho historiográfico, promete contribuir para uma revirada nos estudos da área e a introdução de novos olhares e debates contemporâneos, envolvendo campos desafiadores sobre a temática da sobrevivência, da resistência e do protagonismo dos povos indígenas no Brasil. Por fim, a obra apresenta grande originalidade, além de apontar caminhos para se entender as redes de poder da ditadura.
Peso | 0,409 kg |
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Dimensões | 23 × 16 × 2 cm |
Editora | Telha |
Autor | Rodrigo Lins Barbosa |
ISBN | 9786554125062 |
Número de páginas | 296 |
Ano | 2024 |