O argumento desta “Dança das bolinhas” pode parecer um pouco amargo, afinal é uma reflexão sobre um momento especialmente difícil, duro, árduo, sem senso de humor ou graça. Trata das ações e intenções de gentes más, várias cognitivamente limitadas, mas motivadíssimas. Trata de sacripantas no mais estrito sentido da palavra, de pessoas velhacas, vis, indignas e amorais que posam de desinteressadas e tementes ao deus cristão. Não é engano. Mas o objetivo é fazer o leitor trilhar o caminho aqui proposto sem outro peso, o de enfrentar uma escrita acadêmica típica. A leveza foi buscada na forma de tratar os assuntos, com uma linguagem mais solta e fluente. A sequência dos curtos capítulos, que não são bem capítulos, mas notas, propõem o fio da meada que por vezes avança, por outras retorna, que reflete e descreve, que explica, mas também simplesmente registra o espanto. “A dança das bolinhas”, portanto, embora seja um ensaio sobre a ignomínia, procura ser acessível a todo mundo, é uma história pública para todas e todas que se interessam pelo Brasil, pelo seu povo, por sua história e pela Universidade Pública.
A dança das bolinhas: notas sobre o Brasil interrompido
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“O texto apresenta uma linguagem fluída e prazerosa que prende a atenção, pois tem qualidade analítica sem ser enfadonho. É uma leitura que convida à reflexão, contribuindo para esclarecer aos mais desavisados a respeito dos descaminhos que estamos sendo empurrados a trilhar pelos mandatários de plantão em Brasília. Trata-se de uma proposta muito válida em tempos revoltos.” (Eduardo Neumann)