Histórias da fibra óptica do Brasil (1978-1986): como lembrada e contada

O desenvolvimento de tecnologia inovadora é algo que deve ser lembrado, comentado, incentivado e repetido. A partir das oportunidades criadas pela corrida espacial nos anos pós 60, uma série de tecnologias de grande impacto, como microeletrónica, laser e materiais especiais, tornou factível a comunicação óptica, espinha dorsal do mundo conectado, como se vive atualmente. A restruturação das telecomunicações no Brasil na década de 1970 foi a oportunidade para se desenvolver aqui a fibra óptica. Guiados por um grupo de dirigentes do governo, universidades e empresas estatais, toda uma “máquina” foi colocada a rodar. A criação de uma estrutura de P&D, o apoio de universidades, além de uma firme decisão de utilizar a fibra óptica nas empresas de telecomunicações, possibilitaram um ambiente altamente incentivador a todos os envolvidos. O texto aqui conta um pouco do ocorrido neste cenário nos anos 70 e 80 do século passado para se obter a tecnologia da fibra óptica, trabalho este pioneiro no hemisfério sul. A ênfase é sobre o realizado pelo pessoal técnico de “chão de fábrica, fazendo a coisa acontecer”, dentro de todo um contexto da época. Fica a questão: por que todo esse movimento se desmanchou no ar envolto pela marcha da globalização a partir dos anos 2000? Uma critica sob o ponto de vista, por assim dizer, nacionalista é entremeada no texto, tentando entender por que não se aproveitou de modo efetivo os resultados e investimentos realizados a partir dos impostos de todos os brasileiros.