Este livro conta a trajetória profissional de uma assistente social que iniciou suas atividades ainda durante o regime militar, marcado pela forte repressão aos direitos civis e políticos, e pautado no assistencialismo e nas relações clientelistas e filantrópicas. A assistência social era então entendida como um dever moral a ser prestado prioritariamente por entidades religiosas.
Ao longo dos anos 80, acompanhou uma grande efervescência de movimentos que exigiam direitos sociais e a volta da democracia. Pôde testemunhar o processo de abertura política, a reorganização das instituições democráticas e a promulgação de uma nova Constituição Federal. A partir de então, a assistência social se apartou do assistencialismo e adquiriu o status de política pública.
O presente relato nos permite acompanhar as conquistas adquiridas nesse processo, as vitórias alcançadas e também as dificuldades vividas nesse caminhar, registrando, ainda, o enfrentamento do início da pandemia nas ações da assistência social, que, diante das medidas de isolamento social e de trabalho remoto para a contenção dos efeitos do vírus, exigiram a reorganização dos serviços e a elaboração de um plano de contingência para a regulação da oferta de serviços, programas e benefícios socioassistenciais considerados essenciais por decreto presidencial.