Entre as décadas de 1940 e 1960, Alagoinhas, cidade do interior baiano que fica a cerca de 120 quilômetros de Salvador, atravessou uma intensificação no processo de urbanização. O seu contingente demográfico praticamente duplicou, ao passo que a ocupação na área urbana se expandia. Este processo estabelecia uma relação de mão dupla com a vida política na cidade, quando, por exemplo, trabalhadores urbanos passaram a se destacar no cenário eleitoral, sendo reconhecidos como uma parcela relevante do eleitorado local. Além disso, foram eleitos vereadores, alguns deles operários, que desempenharam o papel de interlocutores entre os trabalhadores e o Estado. Questões ligadas a esses sujeitos sociais passaram a se fazer presentes na agenda política da cidade, seguramente em uma proporção ainda não verificada em outro momento da história republicana.
Operário em partido de patrões: trabalhadores em Alagoinhas e os limites para a participação política (Bahia: 1945-1964)
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Este livro se propõe a abordar a emergência da participação política de trabalhadores e os limites com os quais se deparavam para que ela se efetivasse plenamente, dirigindo um enfoque para o período em que se situa no intervalo de dois regimes de exceção instaurados no Brasil: O Estado Novo, findado em 1945, e a Ditadura Militar, implantada em 1964.