Olly Reinheimer, nascida Olga Blank, foi uma artista versátil, experimentalista, companheira do modernismo tardio da arte brasileira, feminista ao seu modo. Assim surge, das análises precisas de Patricia, um personagem revelador. A produção multiforme e a fama usufruída por Olly até o final do século passado reemergem com nitidez à luz de um painel impressionante da vida artística brasileira ao longo de cinco décadas cruciais para a nossa modernidade.
Olly: raça, classe e gênero na invenção de uma modernidade rústica
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Uma artista consagrada em seu tempo, um casal de refugiados europeus, o cenário político e artístico brasileiro entre os anos 1930 e 1980 — mais uma antropóloga comprometida em entender os caminhos da modernidade. A esta se deve o desvelamento minucioso de uma trajetória humana altamente reveladora de suas circunstâncias: as de sua origem, de seu tempo, de seus projetos. A Olly do título é sua avó, o fio principal da meada perseguida com perseverança e autodomínio. A antropologia, que se iniciou no trato das sociedades mais “exóticas”, hoje se aplica aos mais próximos materiais; usando, porém, da mesma técnica do “estranhamento” em relação ao mundo. O olhar reverente da autora não lhe tolda a consciência imperturbável, que vai situando cada passo dos “nativos” à luz dos melhores recursos da ciência social contemporânea.
Da apresentação de Luiz Fernando Dias Duarte.