Semana da Arte Moderna de 1922: Início da literatura modernista no Brasil

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O maior marco do movimento modernista brasileiro completa 100 anos! E para comemorar a Telha está lançando o livro “É apenas agitação: a semana de 22 e a reação dos acadêmicos nas célebres entrevistas de Peregrino Júnior para O Jornal” de Nélida Capela.

A obra reúne as entrevistas feitas por Peregrino e traz a análise e reflexão crítica da autora. Nélida acompanha cada uma delas, colocando em primeiro plano a entrevista, gênero literário que muitas vezes passa despercebido e é indissociável da vida literária.

Nélida Capela é mestra em Teoria Literária pela PUC-Rio, atua há 20 anos no mercado de livros como livreira, curadora de acervos e produtora de eventos com especialidade nos eixos temáticos antirracistas, indígenas e estudos de gênero. Atualmente, pesquisa o mercado das editoras independentes e de conteúdos insurgentes.

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A Semana e a vanguarda brasileira

A Semana de Arte Moderna aconteceu entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, e seus efeitos e repercussões marcaram definitivamente a literatura brasileira dos anos seguintes.

A intenção dos organizadores era renovar e recriar uma arte genuinamente brasileira, e, ao mesmo tempo, acompanhar as novas tendências das vanguardas europeias. Além da literatura, a Semana de Arte Moderna trouxe inovações na música, na escultura e na pintura, com nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.

Por promover mudanças radicais para a época, acabou sendo alvo de críticas e polêmicas. As manifestações causaram impacto e foram muito mal recebidas pela elite paulistana, o que na verdade contribuiu para abrir o debate e a difusão das novas ideias nacionalmente.

Início da literatura modernista no Brasil na Semana da Arte Moderna

A Semana de Arte Moderna foi o evento que deu visibilidade para uma das escolas literárias mais inovadoras e importantes da história da literatura brasileira – o modernismo. Apesar das primeiras manifestações modernistas terem surgido em São Paulo na década de 1910, foi apenas a partir de 1922 que o movimento ganhou visibilidade fora da capital paulista, alcançando outras partes do país. 

Considerado por muitos estudiosos da literatura como um divisor de águas na cultura brasileira, o evento provocou grandes e profundas transformações nas artes de nosso país – que, a partir daquele momento, romperiam definitivamente com a cultura europeizante ao propor o abrasileiramento nas artes plásticas, na música e na literatura. 

As 3 fases da Literatura Modernista

1ª fase (1922 a 1930)

Principal fase em que os artistas quebraram as regras impostas pela cultura tradicional, valorizando a linguagem coloquial, com seus erros e ironias, e negando a poesia ritmada. Os principais autores e suas obras desse movimento são:

  • Mário de Andrade (Pauliceia Desvairada);
  • Oswaldo de Andrade (Pronominais);
  • Manuel Bandeira (Os Sapos);
  • Antônio Alcântara Machado (Brás, Bexiga e Barra Funda).

2ª fase (1930 a 1945)

Fase marcada pelo romance, por tendências regionalistas e temas mais politizados, sempre destacando o lado mais realista do Brasil, incluindo uma análise sobre os sentimentos humanos. Os principais autores e suas obras da segunda fase são:

  • Rachel de Queiroz (O Quinze);
  • Graciliano Ramos (Vidas Secas);
  • Cecília Meireles (Bandeira da Inconfidência);
  • Carlos Drummond de Andrade (No Meio do Caminho);
  • Vinícius de Morais (Soneto do Amor Total);
  • Jorge Amado (Capitães de Areia);
  • Érico Veríssimo (O Tempo e o Vento).

3ª fase (1945 a 1960)

Conhecida como pós-modernismo ou Geração de 45, a última fase modernista surgiu durante a Guerra Fria e o governo de JK, trazendo maior formalidade nos textos dos escritores, abandonando a linguagem popular, sondando temas psicológicos e reinventando uma nova linguagem. Os principais autores e suas obras pós-modernistas são:

  • Clarice Lispector (Água Viva);
  • João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina);
  • Guimarães Rosa (Grande Sertão: Veredas);
  • Lygia Fagundes Telles (A Disciplina do Amor);
  • Mário Quintana (Poeminha do Contra);
  • Ariano Suassuna (O Auto da Compadecida).

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