O MEC, em pleno século XXI, avalia que “embora as escolas rurais brasileiras concentrem apenas 15% do total de matrículas” (OLIVEIRA, 2008) são enormes os desafios para superar as dificuldades enfrentadas na oferta desse serviço público. “No campo, há problemas graves na formação de professores, na infraestrutura, no transporte dos alunos, que ainda é precário em muitas regiões, e mesmo na falta de um material didático que reflita as especificidades de aprendizagem dos estudantes rurais” (OLIVEIRA, 2008). Se o quadro atual é assustador, imagine na penúltima década do século XX. Neste pequeno livro, Raimundo Nogueira, à época com 23 anos, traça um quadro dos problemas de educação no Amazonas, em 1984, tendo como referência o município de sua origem, Manacapuru. E o faz em tom leve, sem o compromisso de um texto acadêmico ou o rigor de uma narrativa estatística, mas, tão-somente, como uma reportagem de jornal e, por isso, notável.
Problemas de educação rural: uma reportagem sobre a situação no Amazonas (1984)
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Nesse livro, como numa reportagem, o autor traça a caracterização socioeconômica dos educandos e de suas famílias no âmbito da zona rural do Amazonas (cujas características se distanciam das de outras regiões), em 1984, referenciando aspectos como a distribuição populacional, as condições de moradia, renda familiar, alimentação, saúde pública, transporte e comunicação. Reporta-se, na sequência, sobre as condições da rede física escolar, a qualificação dos recursos humanos (como o nível de escolaridade do professor, sua situação funcional e salarial, a rotatividade e a política de capacitação), a inadequação do currículo e do calendário escolar, as classes multisseriadas com suas características e contexto de inserção, o fenômeno da repetência e da evasão escolar e, por fim, os recursos aplicados à educação.