Na última década o Estado do Paraná passou por uma reformulação do Sistema Estadual de Transplantes e sob todas as métricas de qualidade o estado galgou destaque nacional e internacional. Alcançou uma taxa de 47,7 doações efetivas por milhão de população (pmp), com desempenho superior a países como os Estados Unidos (33,3/pmp), Canadá (21,9/pmp), Portugal (33,6/pmp) e Croácia (41,2/pmp).
O Brasil possui o maior sistema de transplantes público do mundo, a alma descentralizada do Sistema Único de Saúde permite com que os estados organizem seus sistemas de identificação e captação de órgãos para transplante, respeitando as características sócio-econômicas locais.
O sistema paranaense possui algumas características únicas em relação a todos os seus pares em caráter nacional e internacional. Ao analisarmos os dados dessa década, fomos capazes de demonstrar que o sucesso do sistema está atrelado ao fator humano, realizado por uma interação profícua do poder público com o privado.
Esse sistema é um microcosmo que expressa múltiplas facetas da saúde coletiva. Descrever a construção desse microcosmo, através das ações e resultados obtidos é o objetivo do presente trabalho, capaz de sedimentar para a posteridade uma ação valorosa de servidores públicos no ambiente do Sistema Único de Saúde.