As pessoas se aproximam curiosas, encantadas com a máquina, ávidas por algum encontro que elas não sabem como se dará. Algumas vezes, a atenção se concentra na máquina. São encontros breves, curiosos, quase lúdicos. Outras vezes, são confessionários. Quando isso se dá, não há o eu da Tatiana e o outro que se senta diante dela. Há só encontro. A Tatiana é silêncio. E o silêncio protege as conversas que acontecem. É assim: de repente surge alguém que se aproxima, troca algumas palavras, se senta e fala. Fala de si, da vida. Fala como se suas palavras importassem para alguém. O que convoca essas pessoas? Tatiana é silêncio e presença. E assim, aprendi o significado da ação escutar. O silêncio é que chama quem está por se ouvir.
Henrique Schafer, ator e educador.