Conheci a Monique em 2021, quando me deparei com seus contos e fui atrás dela para escrever uma coluna. Seus textos eram densos, cheios de intenção, e conhecê-la só confirmou o que a escrita sugeria: ela é tão afiada, intensa e presente quanto as histórias que cria.
“Nós entre três” entrega exatamente isso. Personagens complexos, imperfeitos, deliciosamente humanos. Gente que você ama e odeia com a mesma facilidade. É literatura, antes de tudo. Daquelas que exigem respiro entre um conto e outro, porque o tesão atravessa. E você se vê ali, às vezes com vergonha, às vezes com orgulho.
Os corpos que habitam essas páginas desafiam o que se espera. Invertem hierarquias, cutucam zonas de conforto e constroem o tipo de erotismo que interessa: aquele que não se desculpa por existir. É pele, é política, é gozo. E se você chegou até aqui achando que seria só mais uma coletânea picante… bem-vinda à surpresa.
Mayumi Sato: pesquisa sexualidade e lidera a maior rede social de sexo do Brasil.