É um mundo periférico, fronteiriço, no qual as personagens revelam seus segredos, sua dor, sua força, seus defeitos… Nas fazendas, pequenas cidades, vilarejos, no lombo dum cavalo, fazendo ou ouvindo música. Confirmam que a literatura é filha do homem, a imagem e semelhança, mesmo na distância das longitudes e latitudes.
Guarânias dizem adeus reúne 20 contos que se passam na fronteira do Mato Grosso do Sul, espaço onde o Brasil foi e é Paraguai. Tendo por referência autores como Borges, Saramago, Garcia Marquez, inspiração na literatura oral de peões e fazendeiros, os contos apresentam a fronteira do MS, ficcionando com densidade narrativa a sociedade mestiça desse espaço singular quase brasileiro; e que tem mais, muito mais, que rios de águas cristalinas, grutas interessantes, fauna e flora de tirar o fôlego! Manoel de Barros já disse que o que mais tem no mundo “é pau seco e gente besta”, então é hora de ver nestes contos “o pau cair à folha!”. Para tanto, é preciso ler O desertor, O benzedor e o bandido, Jaguapiru, O verdadeiro autor do crime retirando assim o véu que esconde mistérios, poesia secreta, personagens realistas que, nem sempre, dançam guarânias ou querem ir embora.