Os personagens deste livro são intelectuais (cientistas, artistas) sofisticados (verdadeiros gênios), que têm como arma a manipulação de mentes. São os “intelectuais orgânicos” no sentido gramsciano (ou de outra seita político-ideológica), cuja tarefa é conquistar corações e mentes para a sua causa. No mundo moderno, os intelectuais são seres especiais que pensam e repensam a redenção da humanidade no dia a dia. São fabricantes de utopias, que na prática se transformam em distopias. O intelectual engajado é uma espécie de burocrata do pensamento (ideocrata).
São as convicções políticas e ideológicas que proporcionam a estas pessoas um instrumental para tudo explicar, desde o desemprego na Espanha, até os terremotos no Caribe, passando pela fome na América Latina e a extinção do peixe-boi no Brasil. Se eles não estiverem armados com a teoria marxista da história são incapazes de interpretar o mais prosaico fato social. Na segunda parte do livro, o comportamento das mídias na era digital é analisado. O mundo contemporâneo está polarizado do ponto de vista político-ideológico. O cenário é de um conflito, nada civilizado, entre uma extrema esquerda (comunistas) e uma extrema direita (fascistas). E os meios de comunicação nem sempre se comportam com isenção – e podem negligenciar as boas práticas de informar e opinar. Essa espécie de jornalismo engajado gera a militância, que é na verdade o antijornalismo.