A contemporaneidade é veloz e voraz. Os tempos são outros. O mundo contemporâneo é o da informação 24/7, transmitida por meios eletrônicos que apitam sem parar, o que radicaliza a dinâmica desse tempo efêmero. Os acontecimentos se atropelam e as novidades envelhecem em segundos. O que exatamente estamos vivendo, no tempo do hoje? Quantas realidades estamos vivendo junto ao cotidiano do trabalho, dos relacionamentos, das comunidades? De que modo os recortes sociais tradicionais — onde nascemos, onde vivemos, para quem rezamos, quem amamos — ainda nos explicam? Mergulhar nessas experiências com uma boa dose de conhecimento cultural e histórico é a mais eficaz, senão a única maneira, de analisar os caminhos do porvir. O homem é, nos novos tempos, o sujeito que vira mais depressa a própria ampulheta. Nesta compilação de textos, o antropólogo Michel Alcoforado se vale de uma percepção aguçada e um arcabouço intelectual notável para dar pistas da formação do nosso atual tecido cultural – complexo e variado.
De tédio, ninguém morre: pistas para entender os nossos tempos
R$65,00
Este livro traz um compilado dos textos escritos para o UOL TAB entre os anos de 2018 e 2023. Ao longo de cinco anos, o autor traduziu e codificou recortes de fatos sociais de forma fluida e acessível, estabelecendo elos entre culturas tão díspares como a brasileira e a coreana, a europeia e a indiana. Sua produção contextualiza e costura conceitos caros às ciências humanas, a fim de tentar compreender o mundo e seus assombros atuais — por mais intrincados que pareçam alguns fenômenos, a cultura explica muita coisa. “De tédio, ninguém morre” enfoca um período dinâmico, de disputas narrativas e informações desencontradas, com a internet e seus usuários sendo palco e plateia ao mesmo tempo, produzindo e propagando realidades (e fake news). O lugar de onde o autor fala possibilita perspectiva única. Alcoforado transita por lugares da alta sociedade e acessa um mundo de privilégios disponível apenas às elites; mas ainda é contestado e des(a)creditado nesses espaços, quando enxergam a cor de sua pele antes de suas credenciais. Essa dualidade é um bônus que lhe permite raro poder de análise e capacidade de transpor, para a linha reta, o que poderiam ser montanhas.