No último dia 1º de agosto, foi comemorado o Dia do Poeta da Literatura de Cordel. O cordel, embora tenha chegado em terras brasileiras pelos portugueses, é tradicionalmente conhecido pela sua forte presença na cultura do norte e nordeste do Brasil. Confira a sua importância e significado neste artigo.
Popularizado no Brasil por volta do século 18, o cordel ficou conhecido como uma espécie de poesia popular. Ao narrar histórias com elementos do folclore típico da região, sua linguagem simples caiu na graça do povo. Os autores eram chamados popularmente de “poetas de bancada” ou “poetas de gabinete”. Um tempo depois foram nomeados de repentistas. E assim nasceu a literatura de cordel.
Os repentistas se assemelham aos antigos trovadores medievais, pois contam histórias em músicas e com rima. E geralmente faziam isso pelas ruas das cidades, propagando os poemas cantados que futuramente seriam chamados de cordéis.
Origem da literatura de cordel
Originalmente, em Portugal, o cordel foi propagado pelos trovadores que cantavam as histórias contadas à população analfabeta, por isso, além de tudo, as falas são simples e de fácil entendimento.
No período conhecido como Renascença, foi possível a distribuição dos textos em papel. As impressões eram feitas em pequenos cadernos e, posteriormente, penduradas em cordas. Por isso a origem do nome: cordel.
Hoje, a Literatura de Cordel é de extrema importância para a cultura do norte e nordeste brasileiro, ligando-se a suas raízes mais culturais. Os estados onde são mais populares são Pernambuco, Ceará, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte.
Suas principais características são as métricas de rimas fixas que procuram sempre colocar musicalidade em cada verso, além das xilogravuras que ilustram as páginas. Sua grande importância se dá pela identidade do povo, já que o folclore que envolve essa literatura trata os costumes locais de forma a fortalecer a identidade do povo.
Leandro Gomes de Barros, primeiro brasileiro a produzir cordéis, ficou conhecido através da obra de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida. O autor contou alguns de seus 240 cordéis, sendo dois deles O testamento do cachorro e O cavalo que defecava dinheiro.