Com vendas próximas das 3 milhões de unidades ao ano, os eBooks – formatos eletrônicos de publicação de livros – são uma realidade e tendem a alterar cada vez mais o mercado editorial no Brasil e no mundo.
Apesar de ainda corresponderem a 1,09% do mercado editorial, com valores acima de R$ 40 milhões em vendas, os exemplares eletrônicos apresentam uma dinâmica diferente em sua estruturação e comercialização.
Virtual x Físico
À primeira vista, por ser virtual, há uma ilusão quanto suas diferenças em relação aos custos de produção e edição do livro impresso. Porém, o eBook, essencialmente, exige o mesmo esforço e investimento que o livro físico. O projeto editorial, exceto pela impressão, é o mesmo: revisão, diagramação, revisão de prova, registro e criação de capa.
Ainda que os custos de impressão sejam parte considerável do orçamento na produção de livros, o eBook mais profissional, o EPUB – responsivo, adaptável à diferentes dispositivos e dotado de recursos como anotações – também possui custos para sua conversão. Esses valores são variáveis de acordo com as especificações técnicas do livro como número de imagens, tabelas, gráficos e caixas de texto.
Distribuição e venda
Sua principal diferença talvez seja sobre seu modo de comercialização. Enquanto o livro físico necessita de distribuição e constante gestão de estoque, manutenção de pedidos e relacionamento comercial próximo com os setores de compra das livrarias virtuais e físicas, a venda do eBook, caso o autor não faça parte de alguma editora, é sua responsabilidade.
Assim como no marketing e publicidade da obra, é o próprio autor que disporá de tempo e recursos financeiros para promoção do livro. Essa ação pode ser bem sucedida se o autor possuir uma boa rede de relacionamentos, o que pode dar a capilaridade necessária para que as vendas independentes sejam equiparáveis aos principais canais de venda.
Recursos e tradição
A versão impressa oferece outra gama de experiência ao leitor. Características como o cheiro do livro, o contato com o papel, soluções gráficas industriais ou artesanais e personalizadas, além de todo o imaginário existente em torno do livro impresso e seus ativos e associações afetivas, tais como erudição e autoridade oriundas das bibliotecas pessoais, criam um outro clima para o consumo da obra literária.
As diferenças entre os dois formatos de publicação abrangem ainda o aproveitamento físico da leitura. Os diversos aparelhos para visualização e armazenamento de eBooks possuem características ajustáveis como luminosidade e paginação. Isso precisa estar em mente na hora da produção do livro eletrônico, justamente para oferecer as melhores condições ao leitor.
Há ainda uma limitação técnica dos readers, que diz respeito à bateria e energia elétrica, algo que não acontece com o livro físico.
Por fim, temos a questão do armazenamento. A biblioteca física exige um espaço que nem sempre está disponível, o que leva alguns leitores a optarem por cópias digitais de algumas obras e abrigar em sua residência apenas versões especiais ou produzidas com materiais mais luxuosos.
Conclusão
Atualmente, o livro impresso segue imbatível, seja por seus recursos mais amplos e variadas formas enquanto objeto (fotolivros, livros de artistas, edições em tiragem limitadas, requintadas, capa dura, flexível, costurados, colados, ilustrados etc), seja por sua difusão e conceito estabelecido – desde o antigo códice que o formato mudou muito pouco: basicamente, páginas impressas reunidas sob uma capa para divulgação de textos.
Desde o lançamento do eBook que os especialistas e intelectuais que observam e analisam o mercado editorial debatem-se em explicações que não dão conta da complexidade do tema. Ora apocalípticas, como o “fim do livro”, ora otimistas como “há muito mercado para o eBook”, a discussão está longe de terminar.
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