A crônica brasileira, com mestres como Machado de Assis e Lima Barreto, nos atualiza no âmago dos acontecimentos do dia a dia, em qualquer parte onde estejamos. Dependendo do tema, da abordagem, uma crônica pode ter vida fugaz ou perene, ser o relógio do tempo, ou o mágico tapete pelo qual navegamos por memórias infinitas, com desafios a serem encarados ao longo de toda uma existência. Um pouco de todo esse labor encontramos ao ler Vírus: medo, solidão e desprezo por corpos negros, da jornalista e escritora Elisa Mattos, essa brasiliense de genuíno sangue carioca, que do planalto central, durante a pandemia do Coronavírus, sentiu literalmente “a vida por um fio”, não necessariamente a dela, mas as de milhões de brasileiros, sobretudo dos afro-brasileiros, como ela própria.
Tom Farias, jornalista, biógrafo e escritor.