Quando essa onda passar

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A realidade transpõe a ilusão dos dizeres e nos salta à frente. Com suavidade, mas com precisão, Hélio Penna mostra-se um artista sofisticado. Em “Bairro Novo”, o vaivém da esperança. A fantasia espiritualista de “Borboletas”. Na poesia trágica e realista de “Zé das Verduras”, a luz que nos esbofeteia. O cotidiano da violência vem à tona em “Vida Breve”. Não escapam a Hélio Penna a morte de jovens de pele preta, a polícia, os suspeitos de sempre. Em “Identidade”, a religião no campo de batalha. Em “Keinde”, o que fazer sem as suas raízes? Não, leitor, não se engane. Não há “militância” alguma na literatura de Hélio Penna. Não há discursos. Não há véus. São pinturas doces, delicadas, amorosas. E ainda assim, contundentes. Ocorre que o autor sabe sobre o que está escrevendo.

Newton Barra.