Pulsação das ruas. Juventude em ebulição política e existencial. Tesão; mobilização; psicodelia; filosofia; comunhão; artesania de vida vivida em seu alto grau de criação e risco. Junho é a fotografia literária do germe revolucionário acordado em 2013 no Brasil, com o foco no olho do furacão do caos carioca. A revolta da população; os black blocs; os grandes eventos esportivos; corrupção política; desvios financeiros; o gigante desperto nas ruas; as expropriações e especulações imobiliárias; a apropriação midiática; o aumento das passagens; violência policial; esquerda direita anarquistas; a grande massa sem liderança e com muita sede de mudança. Junho acompanha e ficciona o movimento em ebulição sem saber onde desembocaria. Jovens agrupados; drogas em experimentação; militância universitária; transes; transas; festas; devires; desejos; pensações; articulações prático-filosóficas; libertinagem; viagens astrais; ritmo; riso; gozo; partilha. Nessa escrita beatfoucaltiana, Emmanuel cartografa em forma de diário as intensidades vivenciadas e invencionadas por ele, seu bando e a cidade em cada dia desse fatídico junho de 2013. No contrapelo da história o autor mergulha no tempo presente e por suas pupilas dilatadas nos entrega um enredo crítico e pulsante que nos instiga do início ao fim.
Por Gabrielle Freitas.