Flor(estar) (2024), livro de poesia de Franck Wirlen, nos traz um lugar de conforto, um lugar onde a poesia repousa em palavras e versos sutis que, por vezes, podemos ler e dizer que até são românticos. Caberia, então, apontar um romantismo que se apresenta meio floresta, meio água, meio memória? Alguns versos nos reportam a um lugar de escolhas simples, decisões pensadas sem atropelos, sem muita coisa escondida… Da temática do amor, vemos o reencontro, a separação e o sentir poético entre elementos que florescem e desaguam como um rio, que, inclusive, se derrama como elemento-fonte em vários poemas. Um rio disperso de lembranças, amores e segredos íntimos, que de tão íntimos, tornam-se públicos, identificáveis, publicáveis neste livro de estreia. Sobre a temática do abandono, diria que seria mais ainda um abandono de ideias, não de pessoas ou lugares, por vezes, supostos em matérias aquáticas. Alguns versos-sentenças são decisivos aos leitores, comentando os pensamentos articulados. Há de se mencionar ainda neste livro, a potência de temores pueris e a sutileza de micropoemas. Ah!, micropoemas que devastam abrindo um caminho de ideias, de cores e pequenas decisões… Assim, os vimos nos veros abaixo que bem ilustram esse traço: “Não tinha mais espaço / Nem água naquele amor para eu nadar”. Assim, encerro essas palavras desejando que possam ser inundados com essa poesia livre e cheia de pequenas sensações.
Feito em Macapá, dia 16 de outubro de 2024, por Mariana Alves.