Entre as ideias, a ideia central, que a partir da literatura consuma o que é sistema filosófico. Precedido pelas obras Breve romance d’estrada (TAUP, 2022) e Os esboços camponeses (Editora Telha, 2023), Em monólogo sobre encerra trilogia que perfaz o seguinte movimento: da realidade à ficção; da ficção à realidade crítica; e da realidade crítica à arterrealidade. Este é monólogo filosófico que expõe a relação entre dois personagens que refletem sobre o significado de suas existências, refletindo ao longo de conjunto de semanas. Ao fim, o que nasce do que é literatura — quando a literatura precede a filosofia — é o conceito de arterrealidade. Enquanto conceito que desafia concepções filosóficas tradicionais — estas que historicamente foram tomadas por absolutas —, este é conceito que abre a realidade existente a ser arte, a despeito de quaisquer configurações que “realidade” possa ter. Porque arte é o que acontece, primeiro, dentro da consciência.
Em monólogo sobre
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“Devo dizer que fui roubada em minhas ideias. Entre 2016 e 2017, produzi um diário. Não sabia, porém, que existiam leitores sem que eu quisesse. Desde quando serei tomada por escrava? Exijo reparação.” O que a personagem diz é o que tem reparação a partir de sessões de psicanálise onde recupera a força que antes existiu em si — força de que necessita para continuar a viver, a despeito do estresse pós-traumático de ter a sua vida, no íntimo desta, invadida pelo olhar alheio. Viver: contra qualquer elemento obstante que apareça à frente de si, ainda que estes sejam os fantasmas insepultos de Hegel e Marx.