Literatura e a formação do homem

Literatura e a formação do homem d

A literatura, vista como formação intelectual do homem, de um povo é o alicerce da sua história. Cultura é a base de toda nação fortalecida e próspera. Então, preservar o conhecimento de uma sociedade, documentando os seus valores éticos, costumes e saberes, é a melhor forma de sedimentar o seu progresso. Afinal, literatura e a formação do homem caminham juntos.

Se já não vivemos no tempo das cavernas, a literatura é um dos grandes instrumentos [assim como o cinema,o teatro ou a música] de informação e cultura.

Por que é importante ler?


Ler é importante porque traz conhecimento e, portanto, discernimento e autonomia para tomada de decisões; sejam elas as mais corriqueiras, como por exemplo comprar um produto; como as mais importantes, que englobam a assinatura de um contrato ou o voto político. Aliás, podemos ver a literatura como direito humano inalienável.

Sistemas ditatoriais têm como linha de conduta a censura e o aniquilamento de todas as formas de literatura e cultura; visto que não interessa a esses regimes fomentar o saber.

Por que será?

Porque ler é importante, nos torna críticos, mais criativos, interessantes e informados sobre os mais variados assuntos. Ler é acima de tudo um ato político e de crescimento pessoal.

Além disso, de um modo geral a literatura e cultura são fonte de inquietações, porque a partir do momento em que um livro está nas mãos de um leitor, a interpretação daquela história passa a ser única.

Explicando melhor, o enredo de uma obra literária pode oferecer reflexões que o próprio autor nem havia imaginado e que certamente não interessam a nenhuma ditadura.

A literatura é fonte de conhecimento, traz um olhar mais apurado sobre a vida e o que ela pode oferecer de bom.

Por que incentivar literatura e cultura?


Vivemos tempos bem controversos no Brasil, já que o atual mandatário empreende esforços que vão na contramão de tudo o que estimule o crescimento intelectual. Ex-militar e defensor da volta à ditadura, parece um tanto óbvio o motivo pelo qual tanto luta contra o fomento à cultura. Talvez não tenha consciência do vínculo entre literatura e a formação do homem.

No entanto, caminhamos para o final do seu governo e como o ex-presidente Lula encontra-se em primeiro lugar nas intenções de voto, recebeu há poucos meses um manifesto de representantes da literatura em Brasília.

A intenção do encontro foi pedir a regulamentação imediata da Política Nacional de Leitura e Escrita, de 2018, que segue ignorada por Jair Bolsonaro.

Como democrata, Lula defende munir a população com livros e não com armas e entende literatura como direito, ressaltando a importância de se fortalecer o Ministério da Cultura.

Aliás, toda cidade brasileira deveria ter a sua própria biblioteca, o que inclusive foi estabelecido na Política de Leitura e Escrita ignorada por Bolsonaro. O contato com a literatura certamente ajudaria a diminuir a desigualdade social.

Direito a educação


A questão de trazer o livro para as mãos das classes de menor renda deve ser levada a sério. O direito a educação para todos é constitucional. Um povo que precisa escolher entre o estudo, literatura e cultura ou comida no prato jamais alcançará a verdadeira inclusão social.

Inclusive experimentamos a triste realidade de que o mercado de trabalho já se ressente da falta de conhecimento técnico, visto que o mundo corporativo exige competências intelectuais cada vez mais apuradas. Há que se aproximar o ensino da leitura da cultura digital, além de fortalecer o mercado de livros e editoras de um modo geral.

A literatura e a formação do homem crítico, regem o progresso de uma nação. Incentivar Programas Públicos sólidos é a única forma de revertermos o crescimento da miséria e da violência. A segurança pública também é assunto para a educação e a literatura como direito deve ser prioridade de um chefe de Estado.

Literatura e cultura – Instrumentos contra a desigualdade


Em pesquisa do ano de 2016 (retratos da Leitura do Brasil) os números são assutadores, embora infelizmente previsíveis: 60% das pessoas entrevistadas das classes C e D declararam-se não leitores. Nem precisamos dizer que a porcentagem cai para 24% na classe A.

Então nos cabe a reflexão sobre em qual país queremos viver e se de fato nos interessa alimentar um sistema tão excludente, onde tão poucos vivem com dignidade.

Se queremos uma sociedade mais justa e igualitária a chance de mudar o rumo da história está ao nosso alcance. Agora, neste momento. Lembre-se do que ressaltamos aqui: a máxima de que “literatura e a formação do homem” possibilita maior consciência política.

As eleições estão aí e o voto para o poder legislativo é tão importante quanto para o executivo. Não precisa ser um grande nome da literatura nacional, com a inteligência de um Guimarães Rosa, de uma Ligia Fagundes Teles ou Manuel Bandeira e Conceição Tavares, para compreender o assombro que estamos vivendo!

A casa legislativa e suas políticas infames, com orçamentos secretos e figuras inauditas são um verdadeiro insulto ao povo brasileiro que, alías, colocou cada um deles lá. Um triste paradoxo que é urgente reverter. Como?

Cultura e Literatura como direito humano


Políticas públicas de leitura democratizam o conhecimento e, portanto, as oportunidades. O contato com a literatura aproxima a juventude e a sociedade de um modo geral à formação intelectual, ao poder de crítica, reivindicação de direitos e necessidades.

Aliás, reivindicar direitos é um dever cívico!

Então, deixamos aqui uma oportunidade extremamente valiosa para a sua reflexão: em qual país você gostaria de viver? Em uma nação excludente onde as chances são extremamente desiguais ou em uma pátria que ofereça acesso à literatura e cultura, pilares da criticidade, para todos?

Na verdade, participar de uma maratona descalço competindo com adversários calçados com tênis de última geração é no mínimo revoltante, não acha?

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