Assassinatos de Bruno e Dom: a violência contra os que se importam

Assassinatos de Bruno e Dom

Xarupi, Anapu, Nova Ipixuna, Atalaia do Norte, e agora Bruno e Dom, carregam a marca dos defensores da Amazônia que foram assassinados, mas nunca serão calados ou esquecidos. Os dois últimos ganharam as notícias em junho de 2022 e, infelizmente, pelo mesmo motivo dos demais: eles simplesmente se importaram!

No início de junho de 2022, Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram quando faziam um trabalho de investigação em terras indígenas no Amazonas. Infelizmente, dados já mostravam que o resultado das buscas não traria boas notícias. Existe um histórico de pessoas que já perderam suas vidas por lutarem pela região, como, por exemplo, Chico Mendes, no Xanupi; Dorothy Stang, no Anapu; e José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna.

O principal suspeito do assassinato de Dom e Bruno confessou o crime e apontou o local onde teria deixado os restos mortais de ambos.

Quem eram Bruno e Dom

Bruno Pereira era indigenista, ou seja, uma pessoa que reconhece, luta e apoia a causa indígena. Bruno também era servidor federal licenciado da Funai e dava suporte à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari. Além disso, como coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por um longo período, atuou com projetos e ações que fizeram a diferença.

Dom Phillips era casado com uma brasileira e morava em Salvador. O jornalista, apaixonado pelo Brasil, fazia reportagens sobre o país há mais de 15 anos para veículos como “Washington Post”, “New York Times”, “Financial Times” e “The Guardian”. Entre seus últimos projetos, estava um livro sobre meio ambiente com o apoio da Fundação Alicia Patterson.

Esse é mais um capítulo sombrio na história das pessoas que se importam com a proteção ambiental e os povos indígenas. Segundo o “The Guardian”, a dupla, que tinha em comum o amor pela Amazônia, fazia expedições na região desde 2018.

Enquanto especialistas e profissionais que atuam na Amazônia afirmam que a criminalidade na região coloca em risco a vida de povos indígenas e da população local, o presidente Jair Messias Bolsonaro dá mais um show de horror em suas declarações sobre o caso. “Igual a subir morro no Rio com esse olho azul: vou pro micro-ondas”, disse. 

Onde estão as políticas públicas?

Ou seja, mostrou mais uma vez a posição que uma nação jamais esperaria de um líder. Onde estão as políticas públicas que nos quatro cantos do país, para podermos ir e vir sem medo? Cadê as ações das forças armadas, que o presidente tanto se apega como aliados para ameaçar um possível golpe nas próximas eleições? E, acima de tudo, por que a Amazônia continua à mercê de tanta criminalidade?

Portanto, infelizmente, a população brasileira e os familiares de Bruno e Dom tiveram que ouvir esse tipo de “apoio” de um presidente, que representa apenas uma parcela do que é a extrema direita.

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