O CRUCIFIXO DA CAPA
É a imagem que vinha à mente do Apóstolo Paulo quando ele dizia “Jesus” ou “o filho de Deus, obediente até à morte e morte de cruz”. A cruz que o condenado carregava era apenas a peça de madeira na qual teria os punhos pregados. A estaca já estava lá fincada bem firme. Depois o condenado devia erguer os braços para ser pregado na peça de madeira (Jo 21,18-19), que, em seguida, era suspensa e encaixada na ponta da estaca.
A “coroa de espinhos” não queria aumentar a perda de sangue. Era uma coroa feita não de ouro como coroa de rei, mas feita de mato, erva daninha, ou “espinhos”. Foi feita de um ramo qualquer, imitando uma coroa de rei, a fim de desmoralizar o título de rei dos judeus. Não visava ferir a cabeça, visava humilhar, ferir a dignidade.
A morte ocorria por asfixia, quando as pernas já não se apoiavam na estaca e o peso do corpo oprimia os pulmões. Segundo o Evangelho de João, como de costume, quebraram as pernas dos outros dois. Jesus morreu no momento que quis (Jo 10,18 e 19,30).
Segundo o Deuteronômio (21,22-23) essa morte faz do condenado um amaldiçoado por Deus, que deve ser sepultado antes do pôr do sol, “para não contaminar a terra”. Encarar essa morte foi o grande pecado de Jesus. Mas Deus o inocentou, ressuscitando-o dos mortos. Com ele também nós somos inocentados. É o eixo do pensamento de Paulo.
Paulo para o povo: para popularizar a mensagem do Apóstolo
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Um livro acolhe os pensamentos e as ideias mais apuradas do autor. Não seria diferente no livro da vida. Quando alguém encerra sua jornada no mundo dos vivos, talvez chegue diante de Deus com um pequeno livro nas mãos, aquele contendo sua história com princípio, meio e fim. O que os teólogos chamam “plenitude da vida” e os filósofos “acabamento do ser”, as pessoas simples compreendem como “Deus quis assim, chegou a hora”. Talvez esses sejam mais espertos que as duas primeiras categorias de sábios. Perceber-se como dependente da providência de Deus é ato de fé que talvez nem a filosofia, nem a teologia consigam explicar.
Padre Richard Oliveira.