Não sinta pena, Odé. Eu sou o que sou e não me envergonho. Pelo contrário! Sou uma operária e me orgulho de minha classe trabalhadora. Dou o melhor de mim nesse trabalho de costura e coloco nosso pão à mesa. Eu conquistei os saberes da escola e da vida a custo de sacrifícios, quase sempre, que jamais me serão retirados, mesmo com a minha morte. Pense a respeito. É sobre isso o que eu tenho pra te oferecer, pra te ensinar.
Livro de Odé
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“OMANAS SÃO VIRTUDES”, me falou mamãe no dia em que completei onze anos. Era uma instrução. Ela estava sentada à beira da cama quando a pedi que me ensinasse a rezar e, em resposta à minha solicitação, ela simplesmente recitou aquela curta frase: “Omanas são virtudes”, porque é um ensinamento ancestral que nem igreja, nem terreiro, nem templo algum ensina.