“Se não me engano, foi assim” narra, com humor ácido e um olhar desencantado, a trajetória de um advogado e político proeminente, um homem comum cuja história é contada após a sua morte. A narrativa parte do momento em que o personagem principal, falecido de forma banal por uma embolia pulmonar, observa, como espectro, as reações dos vivos em seu velório. Ao longo do livro, ele revisita episódios marcantes da sua vida, desde a iniciação sexual na adolescência com uma colega ousada, passando por amores fracassados, casamentos desfeitos, sucessos e frustrações profissionais. Revela-se um personagem contraditório: brilhante como advogado criminalista e político ocasional, mas emocionalmente imaturo, impulsivo e incapaz de sustentar relações afetivas duradouras. Entre encontros e desencontros amorosos com mulheres como Alessandra, Giovana, Débora e Brina, ele expõe sua difi culdade em lidar com o próprio desejo, a passagem do tempo e a finitude da existência. A narrativa, em tom confessional e irônico, avança para reflexões filosóficas sobre o sentido da vida, a ansiedade e a tendência humana de viver sempre em função de um “ponto futuro” inatingível. O livro é também uma crítica sutil (às vezes nem tanto) à política brasileira, aos valores sociais e às escolhas pessoais que levam a um legado muitas vezes questionável. O pós-morte é relatado pelo curioso Emídio, um vivo capaz de registrar histórias de fantasmas. A obra mescla realismo e fantasia, construindo um painel mordaz e sensível sobre a condição humana.
Se não me engano, foi assim: a história de um homem, volume 425
R$45,00
O que acontece depois da morte? Há diversas teorias e, ouso dizer, nenhuma delas é comprovada e convincente (pelo menos para mim). Aconteça o que acontecer, porém, não custa imaginar como seria esta dimensão além-túmulo. Esta obra pretende convidar o leitor ao desafio da reflexão – não sobre a morte em si e o capítulo seguinte (se é que há), mas sobre a vida. Por meio do realismo aliado a elementos fantásticos, o livro compõe um retrato mordaz, irônico e melancólico da existência humana. É, pode-se dizer, uma espécie de manual a não ser seguido.